sábado, 13 de outubro de 2012

Shekinah.

meu Deus transborda pelos poros, escorre pelos corpos.
meu Deus habita em melodia. E dança como se o mundo fosse acabar.
meu Deus estanca o mal com as palavras.

meu Deus não tem rosto.
meu Deus não julga. Ele aceita.
meu Deus não classifica certo e errado.

É combustível. É a palavra sincera e única.
Tradução de todas as vozes.
Mora em meu corpo e é o que levo de mais belo.

meu Deus tem outro nome. Não é, nem ao menos, chamado de Deus.
O nome do meu Deus é Amor.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Imagina só...

É pra chorar diante de tanta beleza.
Aquela nova curva se instalando no corpo.
Contrastando.

E pulsa. Não se sabe o que esperar.
Inunda a nossa cidade.
Imagina só...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Choro de mulher.

Não há ser humano que permaneça firme diante a um choro de mulher.
Não há quem aguente as gotas salgadas delineando o rosto delicado,
os olhos vermelhos, a boca entreaberta, seca, as mangas molhadas de lágrimas.

O ápice do desespero vem com o soluço. 
Você observa o peito se encher de ar e ser interrompido, murchando rapidamente.
O barulho do soluço alavanca a sua fragilidade ao grau máximo diante de tal cena.

Nunca se entende uma palavra que ela arrisca dizer.
Não passam de murmúrios que se encerram quando ela mergulha a cabeça no seu peito.
E você deixa que ela chore, molhando sua roupa, sentindo o soluço perto do seu corpo.
A agonia te corrói mas você se mantém forte.

Uma mulher chorando é a tradução de todas as dores.
O espectador sempre atônito. Não há o que se possa fazer.
É o choro de todas as vozes. É o momento do mundo se calar e ouvir.
É desfecho e recomeço.

Uma mulher quando chora vira o mundo no avesso e o guarda no bolso, junto com o lenço.