terça-feira, 25 de junho de 2013

João.

Queria estudar Chico Buarque
E fazer faculdade de Caetano.
Não mais viver debaixo dos panos,
por que nesse engano,
deixou de ser herói.


João nasceu pra ser rei
do mundo que ele mesmo criou.
Seu chapéu era coroa e seu sorriso era a fonte de seu poder.
E escreveu sua primeira lei em uma linha só:
‘’Sinta-se a vontade para sentir’’.

quarta-feira, 8 de maio de 2013


''Talvez, se eu fosse menos louca,
Se eu não fosse quem soca desesperadamente sem parar um travesseiro branco.
Se eu seguisse em frente, se eu não fosse propícia a visualizar gente rolando do barranco.
Quem sabe você não chamasse a polícia, talvez...
Se eu não tivesse um troço lá dentro da barriga que eu sinto que está dançando a dança da garrafa
E que nunca se cansa, e que é uma girafa.
Se esse bicho imundo não subisse até o pescoço, quem sabe.
Eu não estivesse num fundo do poço...
Talvez, se o mundo desfocasse e só se visse a gente,
E todas as pessoas que sobrassem fossem meros figurantes...
Se a vida decidisse mudar de roteirista e o gênero trocasse de repente num instante
Quem sabe, a gente podia ser protagonista.
Talvez.''

Por nada. Por tudo.

É de colocar sanidade em qualquer louco. É de ensurdecer qualquer música. É de desesperar monges. É o aborto prematuro e o suspiro mudo de uma vida. É incompreensível. É a paz de um tiro n'água. E nas profundezas, a gente se encontra. Com os ouvidos cheios d'água, sendo protagonistas mais uma vez. Algumas bolhas chegam à superfície como quem avisa que ainda há vida. Talvez, talvez... O amarelo continua gritando, as conchas cantam os nossos próprios mares. Traços trêmulos e cheios de certezas. Penso nesses espirais que levam os sons aos seus ouvidos. Tu-eu e a flecha vermelha que anunciou o carinho. 135, mas poderia ser 433. E quem disse que nossa canção nunca mais tocou? Acústico. Deixei as estruturas de lado, logo eu... que preciso daquela perfeição inventada. Precisava. Mas as coisas ditas no passado ainda me incomodam.


Dedilha a tristeza e dança... a lua te tira pra dançar todas as noites.

sábado, 13 de abril de 2013

O mundo da minha cabeça.

às vezes eu só queria que você perdesse a cabeça, por que eu tenho vontade de perder. Queria que você gritasse, apontasse o dedo, ditasse regras sem pensar nas consequências. Em meio ao desequilíbrio, eu queria o desequilíbrio completo. Mesmo que tudo se desconstruísse, pra que assim, tudo voltasse novo. Sinto falta da surpresa do novo, não queria mais viver à mercê dos elementos à volta. Pensar menos e fazer mais. Sinto falta disso, dessa série de frases cuspidas, escarradas pra fora, sem se preocupar muito se a forma final vai ser bonita. Sim, sou uma bomba relógio, programada sabe lá deus pra quando. Eu vivo pra adiar a hora da explosão. Eu vivo buscando a distração que me faz esquecer desse relógio mortal dentro do meu organismo. E é horrível quando há tantas preocupações que então me lembro da preocupação maior, sabe? Cê talvez não merecesse tal inconstância interna. Eu talvez não merecesse as inconstâncias externas. Eu talvez devesse ser mais forte, mas simplesmente não sou e nunca fui. E o que parece tão complexo, é o mais simples. Por que eu quero a simplicidade, eu busco ela a todo instante e só encontro um quebra cabeça faltando peças. Não queria o fardo da complexidade em meio ao simples. E não quero as interpretações, quero as coisas como elas são. Então te peço, não entenda, só absorva. Engole esse texto sem parágrafos e em ritmo de metralhadora. Por que minha mente tá um turbilhão de informações que passam numa velocidade tão grande que eu nem me dou conta de grande parte delas. E ninguém seria capaz de entender todas elas. Faria mais sentido agora escrever sem espaço entre as palavras deformaquetudoseemendasseemostrassecomotaaquidentro. Mas isso só seria mais confusão ainda. Talvez eu precise de um tapa na cara, um grito e só. Sem nada depois disso. Só o tempo da digestão e o novo encontro de resoluções. Eu já não sei de mais nada. Já fiz todos os pedidos que tinha pra fazer e não sei o que espero em troca. Não sei como me portar, desaprendi a conversar e sorrir, por agora. Estado vegetativo decretado. Espero acordar logo do coma. As alucinações aqui dentro são confusas demais e não é tão fácil de se esquecer como os sonhos. Quando eu acordar, quero te ver e ver a mudança na atmosfera no primeiro piscar de olhos. Amo você.

sábado, 13 de outubro de 2012

Shekinah.

meu Deus transborda pelos poros, escorre pelos corpos.
meu Deus habita em melodia. E dança como se o mundo fosse acabar.
meu Deus estanca o mal com as palavras.

meu Deus não tem rosto.
meu Deus não julga. Ele aceita.
meu Deus não classifica certo e errado.

É combustível. É a palavra sincera e única.
Tradução de todas as vozes.
Mora em meu corpo e é o que levo de mais belo.

meu Deus tem outro nome. Não é, nem ao menos, chamado de Deus.
O nome do meu Deus é Amor.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Imagina só...

É pra chorar diante de tanta beleza.
Aquela nova curva se instalando no corpo.
Contrastando.

E pulsa. Não se sabe o que esperar.
Inunda a nossa cidade.
Imagina só...