''Talvez, se eu fosse menos louca,
Se eu não fosse quem soca desesperadamente sem parar um travesseiro branco.
Se eu seguisse em frente, se eu não fosse propícia a visualizar gente rolando do barranco.
Quem sabe você não chamasse a polícia, talvez...
Se eu não tivesse um troço lá dentro da barriga que eu sinto que está dançando a dança da garrafa
E que nunca se cansa, e que é uma girafa.
Se esse bicho imundo não subisse até o pescoço, quem sabe.
Eu não estivesse num fundo do poço...
Talvez, se o mundo desfocasse e só se visse a gente,
E todas as pessoas que sobrassem fossem meros figurantes...
Se a vida decidisse mudar de roteirista e o gênero trocasse de repente num instante
Quem sabe, a gente podia ser protagonista.
Talvez.''
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